Cheguei no futuro… e agora?

Outro dia uma amiga que tem uns 30 anos menos do que eu, não conseguia lembrar a palavra que queria, balançou os ombros e falou assim:

– Eu tinha uma memória ótima, decorava as falas de todos os diálogos das peças (ela é atriz), mas hoje esqueço até palavras corriqueiras.

E arrematou com um ar conformado: – Vamos ver aonde isso vai dar!

Pá rapariga! (adoro essa exclamação portuguesa) Não deixes que o futuro a pegue de calças curtas. O tempo passa como um tornado e num piscar de olhos já se foi a semana, o mês, o ano… e a velocidade multiplica se rotularmos as pequenas perdas físicas e mentais como “coisas da idade”.

Estou cada vez mais convencida de que o autocuidado pode e deve ser cultivado desde bem cedo. Dia desses fiquei impressionada com um video de crianças japonesas fazendo massagem nos olhos no intervalo entre uma aula de outra, daí percebi que poderia ter atenuado meus problemas de visão se tivesse aprendido a fazer algo assim desde menina.

Claro que existem muitas diferenças culturais e que não podemos comparar os costumes brasileiros com os orientais, mas quero aproveitar que a globalização nos aproxima, para aprender a desenvolver uma atitude de atenção em coisas simples, tipo: se tenho dor nas costas posso fazer pausas e me alongar, no trabalho ou no ônibus; se tenho má digestão posso deixar meu estômago escolher o que comer e mastigar mais; se a memória falha posso reduzir as demandas e eleger prioridades. São alguns exemplos aleatórios, porque os motivos e oportunidades serão diferentes para cada pessoa, eu sei.

Esse é um assunto profundo e não tenho nenhuma pretensão de dar soluções nem de fazer apologia da juventude eterna. Na verdade, escrevo para me provocar a pensar, porque acredito, do fundo do meu coração, que cabe a cada um de nós construir o próprio caminho para um envelhecimento saudável, produtivo, bonito e divertido.

Afinal de contas, em pouco tempo nós idosos seremos 1/4 da população do mundo inteiro. Isso não é pouca coisa não!!!

Sempre que penso na possibilidade de viver até os 100 anos digo pra mim mesma:

  • Roseane, aproveita essa oportunidade e toma providências antes que os sinais virem sintomas, e que a descida vire queda livre.

E você, é jovem, está na meia idade ou já chegou no futuro que nem eu?

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